TEMÁTICA


“Uma boa teoria deve satisfazer a dois requisitos: Precisa descrever com precisão um número razoável de observações, com base em um modelo que contenha poucos elementos arbitrários; e deve prever com boa margem de definição resultados de observações futuras. Qualquer teoria é sempre provisória, no sentido de que é apenas uma hipótese, você nunca poderá prová-la em definitivo. Não importa quantas vezes os resultados das experiências estejam de acordo com algumas teorias, não se pode ter certeza de que a próxima vez o resultado não irá contradizê-las. Por outro lado, você pode refutar uma teoria por encontrar uma única observação que não concorde com as suas previsões”

Stephen Hawking (Uma Breve História do Tempo)

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17 de jul. de 2010

Ingestão de álcool na gravidez eleva risco de depressão



Pesquisa da Universidade de São Paulo revela ligação entre o consumo de bebidas alcoólicas e sofrimento psiquiátrico na gestação e no pós-parto


A média de consumo das grávidas pesquisadas foi de 163,7g de álcool nos nove meses de gestação
A média de consumo das grávidas pesquisadas foi de 163,7g de álcool nos nove meses de gestação (Stockbyte)

A psicóloga Poliana Patrício Aliane, autora da pesquisa que analisou um grupo de 177 grávidas, explicou à Agência USP que a ocorrência de depressão em gestantes não tem uma causa única. “São vários fatores de risco que contribuem para o problema”, descreve. “Pré-disposição genética, insatisfação na vida pessoal ou na relação conjugal são alguns desses fatores, e o consumo de álcool vem se juntar a eles”, explica.O consumo de álcool na gravidez está relacionado ao sofrimento psiquiátrico durante e após a gestação. A conclusão é do estudo "Uso de álcool na gestação e sua relação com sintomas depressivos no pós-parto", da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (FMRP).
O estudo também indica maior prevalência de depressão pós-parto entre mulheres que tiveram ao menos um "binge" alcoólico durante a gravidez. O binge é caracterizado pela ingestão de cinco ou mais doses alcoólicas em uma única ocasião, sendo que uma dose contém 12 gramas de álcool puro. “Uma lata de cerveja, por exemplo, contém uma dose de álcool”, descreve Poliana.
A média de consumo por gestante verificada no grupo pesquisado foi de 163,7 gramas de álcool ou quase 14 doses ao longo dos nove meses de gestação. “Essa é uma quantia elevada se levarmos em conta que o recomendado é que não se consuma nada”, destaca Poliana.
Outra constatação da pesquisa foi o predomínio de sintomas depressivos durante a gestação, e não no pós-parto. Do total de gestantes, aproximadamente 20% apresentaram sintomas de depressão durante a gravidez, ante 14,7% que se mostraram deprimidas no pós-parto.

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