Estes dias li a palavra pela primeira vez pela internet. Aparentemente, ela é derivada do termo italiano para carícia, carinho. Mas, agora, o nome batiza um tratamento para casais em crise que entrou na moda. A ideia é que você faça sexo com seu parceiro/a diariamente, para recuperar a chama perdida. Até aí não há nenhuma novidade, certo? Mas, keep calm e prepare-se para a bomba: na Karezza você precisa transar, mas não pode chegar ao orgasmo. Isso mesmo, apesar de fazer sexo todos os dias, nem homens e nem mulheres que participam desse tratamento podem gozar. Se você sente que está próximo do orgasmo, deve parar por aí. E como isso pode ajudar alguém a salvar seu relacionamento, você pergunta? A teoria, explicada pela sexóloga Deb Feintech, diz que quando acontece a transa, mas sem a explosão neural que é o clímax, o casal acaba se conectando de uma forma muito mais emocional do que física. Feintech diz que propõe a Karezza para seus pacientes durante um mês, para experimentar. Eles devem acordar e partir para a ação, sem pensar muito em estimulação genital – apenas se concentrar um no outro. Acredite ou não, não é a primeira vez que a ideia de sexo sem orgasmo está em alta. O termo ‘Karezza’ foi usado para definir esse tipo de relação pela médica feminista Alice Bunker Stockham (a senhora da foto), na década de 1890. A teoria dela é que ter orgasmos estimula as regiões do cérebro responsáveis pelo prazer e faz você querer mais e mais. E isso, para a médica, poderia levar à traição e ao vício em pornografia para substituir o contato com o parceiro. Na época, talvez a ideia dela tenha feito mais sentido que agora. Afinal, Stockham dizia que praticavam a Karezza sentiriam menos impulsos de forçar suas esposas a situações indesejadas, além de ser uma forma (arriscada, devemos acrescentar) de controle de natalidade – preocupações que, esperamos, casais da atualidade não teriam. Mas, falando em casais da atualidade, será que a Karezza funciona mesmo para salvar relacionamentos? A ABC entrevistou Darryl Keil, um carpinteiro americano que é praticante. Segundo ele, há 8 anos nem ele e nem a sua esposa têm um orgasmo intencional. “Fazemos sexo todo dia e não é chato”, conta Keil, que afirma que agora, sua esposa se sente uma ‘igual no quarto’.
PREJUDICA A SAÚDE?
Segundo o diretor do Departamento de Sexualidade Humana da Sociedade Brasileira de Urologia, Geraldo Faria, impedir o orgasmo, tanto masculino quanto feminino, é interromper um ciclo fisiológico natural. É possível que, para os homens, o ato possa causar uma inflamação na região genital por acúmulo de secreções a longo prazo, mas nenhum estudo foi feito para provar esta teoria. “O importante é que não vejo nenhum benefício em uma terapia destas, nem físico nem emocional. Muitos dos meus pacientes, aliás, são abalados emocionalmente por terem dificuldade de ejacular em suas relações”, conta Faria. O médico também explica que, em casos em que o homem está em abstinência, o corpo acaba ‘encontrando uma saída’, para o acúmulo de fluido e o que pode acontecer são ejaculações ‘não programadas’ durante o sono. Seria uma forma do organismo impedir o acúmulo de sêmen. E qual é sua opinião sobre o assunto? Você acredita que abrir mão do orgasmo pode salvar um relacionamento? Toparia experimentar a Karezza?
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