Para saber quais os efeitos nocivos causados pela fumaça do cigarro no ambiente e se eles permanecem mesmo depois que o fumante já foi embora, o Departamento de Cardiologia do Erasme Hospital e a Univesité Libre de Bruxelles, na Bélgica, realizaram um estudo para medir a ação do tabaco em homens saudáveis não fumantes. Os voluntários foram expostos por um período determinado de tempo a três diferentes condições de ambiente: com fumaça de cigarro (ETS, que é a sigla em inglês), com fumaça sem tabaco e ao ar em condições normais. Comparados os resultados, a conclusão mostrou que o tabagismo passivo aumenta especificamente o reflexo da onda aórtica e prejudica função microvascular, mesmo quando já não há mais fumaça no ar.
A exposição ambiental ao tabaco foi reconhecida recentemente como significativa colaboradora para elevar os índices de mortalidade cardiovascular que chegam a mais de 50 mil mortes por ano nos Estados Unidos. Nos últimos anos, extensas pesquisas têm elucidado muitos efeitos adversos que a exposição de longo prazo à fumaça causariam sobre o aparelho cardiovascular. Neste estudo, os pesquisadores trabalharam com a hipótese de que os efeitos vasculares da ETS são ainda mais nocivos do que os causados pela fumaça da poluição.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Fernando Nobre, o estudo mostra como o fumo é prejudicial, ainda que de forma passiva. "A elasticidade do sistema vascular traz danos para a manutenção de uma pressão arterial saudável, além de poder evoluir para outros problemas, como o AVC", por exemplo.
Ao final, as principais conclusões mostram que a exposição ao ETS leva a um forte aumento da onda central de reflexão e a um decréscimo da dilatação microvascular da pele; esse aumento está relacionado aos níveis de nicotina apresentados durante a exposição à fumaça de cigarro e que persiste mesmo 20 minutos após a o termino da sessão. Várias funções do sistema vascular arterial também são afetadas pela fumaça do cigarro, e alterações hemodinâmicas provocadas pela ETS são resultado de um mecanismo tóxico da nicotina agindo sobre a árvore vascular. O estudo sugere que a toxicidade do ETS é nitidamente subestimada e considerada apenas quando existe a exposição direta ao cigarro. Os estudiosos analisam ainda as reações do organismo ao cigarro sem tabaco, considerando os efeitos do fumo com e sem a nicotina.
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